O Departamento de Repressão ao Crime Organizado (DRCO)  que atua diretamente com ações integradas e de inteligência do sistema de segurança tem um novo diretor adjunto, trata-se do delegado Démetrius Queiroz, que assumiu o novo cargo nesta última terça-feira (06/02). Ele estava como titular do 24º Distrito Integrado de Polícia (DIP) no Centro de Manaus.

Associado da Associação de Delegados de Polícia do Estado do Amazonas (Adepol-AM), o delegado Démetrius Queiroz, entrou na policia civil no ano de 2014 e é  bacharel em Direito pela Faculdade Uninorte e pós graduado em Direito Penal.

Sua atuação na segurança é de grande destaque, já atuou nos municípios de Iranduba e Lábrea, e em 2016 comandou Distritos Integrados, como 0 23º no bairro do Parque Dez e no mesmo ano, trabalhou nos Jogos Olímpicos fazendo escolta das seleções internacionais de futebol, como a dos Estados Unidos.

 

Saiba mais sobre o novo diretor adjunto do DRCO, delegado Démetrius Queiroz. Reveja um ping pong feito com nosso associado.

Acesse pelo link ~> https://adepolam.org.br/10-perguntas-da-adepol-am-para-delegado-demetrius-de-queiroz/

ou leia abaixo;

DEPOL-AM: De onde veio o interesse em ser Delegado?

Demétrius de Queiroz: A vontade de ser polícia veio no final do curso de Direito, quando comecei a perceber, no estágio em escritório jurídico, e mesmo na faculdade, que minha aptidão era maior nos serviços mais dinâmicos. Não conseguiria ficar cuidando apenas de parte documental, sem uma atividade externa, sem dinamismo. Estudei as carreiras jurídicas e percebi que a que mais se encaixava no meu perfil seria a Polícia. Por sorte, apenas três meses após me formar, abriu o concurso da Polícia Civil.

 

ADEPOL-AM: Que áreas do Direito mais te agradam?

Demétrius de Queiroz: É até contraditório eu estar atuando como delegado, visto que na faculdade o direito penal não era meu principal interesse, que no momento estava direcionado para o direito civil e o direito empresarial. Após fazer o concurso, e principalmente a Academia de Polícia, percebi quanto é prazeroso resolver uma investigação, atender a uma vítima, e a partir daí tudo mudou.

 

ADEPOL-AM: Você chegou a fazer pós graduação também, não foi?

Demétrius de Queiroz: Sim, em Direito Penal.

 

ADEPOL-AM: Como você começou a preparação para atuar como Delegado?

Demétrius de Queiroz: Como houve um lapso de tempo entre a aprovação no concurso e nossa nomeação, minha iniciativa foi de conhecer e estar perto de quem já atuava na área. Fiz contato com pessoas, amigos, que já trabalhavam no serviço policial para conhecer os caminhos da profissão. Quando fui chamado para o treinamento na Acadepol, estreitei estes laços para aprender o máximo possível. Sempre é mais lento e doloroso aprender sozinho, então aprofundei meus conhecimentos sobre as técnicas de investigação e trabalhos cartorários.

ADEPOL-AM: Qual foi o principal conselho que recebeu, nessa época?

Demétrius de Queiroz: Me lembro de uma pessoa me falar que quando entramos na Polícia, é preciso mostrar a que viemos. Foi uma dica simples que recebi logo no meu início na instituição, mas de grande importância, porque você é muito observado assim que entra. As pessoas querem saber se você tem perfil mais operacional, cartório, ou se é mais de gestão, por exemplo. Procuram conhecer teu perfil, se tem liderança e capacidade de conduzir uma equipe. Inclusive, tive uma grande ajuda da primeira equipe que trabalhei, em Iranduba. Tinha lá o investigador Nunes, que é de uma turma dos anos 1980. Ele tinha 30 anos de polícia. Eu tinha 32 de vida! Então, dá para ter uma ideia de como esse conhecimento foi importante para reduzir meu tempo de adaptação à profissão.

 

ADEPOL-AM: Como você vê a importância desse relacionamento com os integrantes da equipe de sua delegacia?

Demétrius de Queiroz: É fundamental. Em qualquer literatura sobre gestão é possível encontrar como é importante manter a equipe motivada, ser um gestor presente e disponível. Além disso, o Delegado, sozinho, não faz nada. Na Polícia nada acontece sozinho, é preciso trabalho integrado para que os resultados apareçam.

 

ADEPOL-AM: Falando em gestão, a atividade policial é muito complexa. Você também exerce outras atividades, como empresário e músico. Como estas outras capacidades influenciam na tua atuação como policial?

Demétrius de Queiroz: São de grande importância, porque ajudam a desempenhar diferentes papeis dentro da atividade da delegacia. Um delegado une a operacionalidade com a gestão. Ser empresário me ajuda nesta parte, porque a delegacia precisa ser administrada como uma empresa. A delegacia tem que funcionar como uma empresa, onde os serviços e atendimento precisam ser feitos da melhor forma e concluídos em tempo hábil, sendo a população o único é prioritário cliente. O Delegado é o responsável por providenciar desde o papel da impressora, a manutenção de equipamentos que venham a apresentar defeitos, tem a questão interpessoal também, prestação de contas à Delegacia Geral. Tudo isso passa pelo perfil administrativo. Por outro lado, ser músico me ajuda com as questões mais abstratas. Muitas vezes precisamos dessa criatividade para desenvolver uma investigação, pensar em ideias de abordagem e infiltração dos nossos policiais para levantar informações que sejam úteis aos nossos trabalhos, ou até mesmo para apresentar uma simples notificação. Um disfarce, uma história que sirva para agregar dados, tudo isso passa pela abstração, é preciso pensar fora da caixa para mantermos a efetividade das nossas ações.

 

ADEPOL-AM: Além dessas, que características você considera necessárias para quem procura seguir carreira como Delegado de Polícia?

Demétrius de Queiroz: Antes de qualquer coisa, tem que querer e gostar. Na polícia, ou você ama o que faz, ou não faz, não tem meio termo. Não dá para ficar empurrando o trabalho policial com a barriga, porque trabalhamos com o anseio da população, em momentos de dificuldade. Além disso, tem que ter preparo psicológico, porque é uma profissão que te exige ao extremo, a pressão é constante. Você sai do trabalho pensando no que falta para resolver uma investigação, um inquérito e, quando chega em casa, já fica pensando no que precisa desenvolver no dia seguinte, desde assuntos cartorários até a investigação de rua. Então, empenho, amor à profissão e resiliência, são alguns dos principais pontos a serem observados na hora de alguém avaliar se seu perfil vai se encaixar com a profissão de Delegado de Polícia.

 

ADEPOL-AM: Além de empresário e músico, você também pratica esportes, o Jiu Jitsu mais especificamente. Estas atividades paralelas ajudam a aliviar esta pressão que você citou na pergunta anterior?

Demétrius de Queiroz: Sim, sem dúvidas. O policial tem que ter essa válvula de escape, até por uma questão de saúde psicológica. Com toda a pressão que a profissão te coloca, é primordial que o policial tenha este momento de lazer com a família, com amigos, para que consiga se manter estável emocionalmente e não venha a desenvolver transtornos mais sérios.

 

ADEPOL-AM: Saber uma arte marcial ajuda na profissão?

Demétrius de Queiroz: É muito importante, porque lidamos diretamente com presos e, em algum momento, ele pode querer surpreender você. Não dá para, em qualquer situação, simplesmente sacar a arma e resolver atirando, é preciso ter o discernimento da força necessária para cada caso. Muitas vezes, o conhecimento de uma técnica de imobilização te permite resolver uma eventualidade sem maiores danos à vida de ninguém. Neste ponto, o Jiu Jitsu acaba virando um diferencial a mais em busca da melhor atuação possível, respeitando a mim e aos outros, além de toda a doutrina que a atividade esportiva proporciona.

 

Fonte: Ascom Adepol-AM