Manaus (AM) – Na tarde de 12 de agosto de 2025, no auditório principal do Centro de Convenções Vasco Vasques, foi marcada por aplausos, debates acalorados e uma proposta que promete ecoar além das paredes do congresso: a Carta de Manaus. O documento, apresentado pelo doutor em Direito e especialista em segurança na Amazônia, Mário Jumbo Miranda Aufiero, foi o ponto alto do IV Congresso Internacional de Segurança e Defesa, promovido pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA).
A mesa que trouxe a novidade não poderia ser mais qualificada. Ao lado de Aufiero, estavam o professor Ricardo Balestreri, referência nacional em políticas de segurança pública, e o professor doutor Vicente Riccio, que trouxe a perspectiva acadêmica sobre inovação e justiça. O trio integrou o painel SINAB – Avanços e Desafios na Integração do Combate à Criminalidade no Brasil, que reuniu autoridades e especialistas para pensar soluções concretas contra o crime organizado.
Um pacto social pela Amazônia
Aufiero abriu sua fala situando o contexto da Carta de Manaus: fruto de meses de escuta e diálogo com diferentes segmentos da sociedade, o documento propõe diretrizes para aproximar as forças de segurança da população.
“Não é apenas um texto protocolar. É um convite à construção coletiva de uma política de segurança mais democrática, eficiente e transparente”, disse, sob olhares atentos da plateia.
Em seguida, Balestreri trouxe uma reflexão que arrancou murmúrios de aprovação.
“Segurança pública não se constrói com mais armas ou mais prisões. Ela nasce da capacidade de entender a realidade local, ouvir a população e agir com base em evidências”, afirmou, destacando a necessidade de unir inteligência policial e participação social.
Vicente Riccio reforçou que políticas sólidas dependem de diagnóstico preciso e cooperação entre instituições. Para ele, a tecnologia e a pesquisa devem caminhar junto com a experiência de quem está na linha de frente.
A visão internacional
Direto dos Estados Unidos, o especialista em políticas de prevenção Jhon Eterno trouxe ao evento uma perspectiva global, destacando que muitos desafios da Amazônia também são vistos em outras partes do mundo.
“Se não olharmos para a juventude e para a educação, estaremos apenas enxugando gelo. É preciso prevenir para não punir. A segurança começa na oportunidade que damos às pessoas.”
Sua participação reforçou a dimensão internacional do congresso e o diálogo entre diferentes realidades.
Um congresso que ultrapassa fronteiras
O IV Congresso Internacional de Segurança e Defesa não se limitou a discussões acadêmicas. Reuniu vozes do Brasil e do exterior, integrando experiências diversas para buscar soluções conjuntas.
A Carta de Manaus, que agora será encaminhada a órgãos públicos e entidades civis, nasce com a missão de inspirar políticas integradas e de longo prazo, especialmente na Amazônia Legal.
Para os organizadores, o evento cumpriu seu papel: aproximar quem pensa, quem executa e quem vive a segurança pública. E, mais importante, mostrar que Manaus é hoje um polo de articulação internacional em defesa de um futuro mais seguro.
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