Responsável por uma das maiores operações policiais em Manaus no combate aos milicianos, o diretor do Departamento de Repreensão ao Crime Organizado (DRCO), delegado Sinval Barroso, destacou nesta terça-feira (14) que a ação foi crucial para desarticular uma organização criminosa que atuava em 17 comunidades da cidade. A operação foi denominada “Cidade das Trevas” e foi realizada nas zonas Oeste e Norte da capital.
O delegado Sinval Barroso esclareceu que as investigações tiveram início em janeiro por conta do crescimento dos milicianos em toda a cidade e também pelo alto número de denúncias e homicídios registrados pela Polícia Civil. De acordo com o diretor do DRCO, a investigação e realização da operação foram necessárias para brecar e estancar a organização criminosa.
“A milícia se tornou crescente, ela existe, é hierárquico, e, assim, se a gente não tomasse uma atitude logo iria se tornar em um Rio de Janeiro, onde a Polícia Civil não tem como entrar nas comunidades. É uma sementinha que começa a criar uma árvore que precisa ser cortada logo”, destacou o delegado, acrescentando que a milícia atuava com bastante violência contra a sociedade de baixa renda.
Com cinco meses de investigações que demandaram tempo, cautela e, principalmente, sigilo, a operação “Cidade das Trevas” obteve um grande resultado nesta terça-feira. Dos 22 alvos do Departamento, pelo menos sete tinha sido localizados e presos. Todos, conforme o levantamento detalhado do DRCO, são integrantes de uma facção criminosa que atua no Amazonas e Estados vizinhos.
“É uma operação de milícia que estão por trás das invasões de Manaus, comandam 17 invasões de Manaus. A gente percebeu que eram feitas as reintegrações de posse e no outro dia retornavam, alguns com moradores novos, então isso se repetiu durante anos, então comecei a trabalhar em cima disso, para ver quem estava loteando, vendendo, a segurança, quem cobrava taxas de água, luz, internet”, revelou.
A ação foi realizada por agentes do DRCO, da Secretaria de Segurança Pública e também com apoio de policiais militares. Segundo o delegado Sinval Barroso, ao longo das investigações foram descobertas ações como tráfico de drogas e homicídios. “Eles ameaçavam quem não pagava as taxas. Quem era expulso e dizia que iria denunciar acabava executado, então isso tem que acabar”, ressaltou.
As investigações apontaram também que os principais líderes das milícias são da alta cúpula de uma facção criminosa que atua no Estado. Uns deles estão presos em penitenciárias do Amazonas e outros em presídios federais. Segundo o delegado, a ação policial foi um grande sucesso e as investigações devem continuar para localizar e colocar atrás das grades todos os envolvidos na milícia.
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