Ex-coordenador de Operações Especiais de Fronteiras do Departamento de Polícia Federal explicou sobre o crime organizado na região das fronteiras, como se organiza, sua estrutura e o impacto causado na sociedade e também na administração pública

Considerado o principal foco de combate da segurança pública no Brasil, o narcotráfico é visto como o principal tema a ser debatido no III Seminário Internacional de Segurança da Amazônia (SISAM). O ex-coordenador de Operações Especiais de Fronteiras do Departamento de Polícia Federal, delegado Mauro Sposito, debateu durante discussão na Mesa Temática I (22) sobre o ingresso das drogas em território brasileiro, como funciona e quais as consequências dessa operacionalidade. Ao lado do ex-delegado da PF participaram da Mesa autoridades italianas como o policial Giuseppe Giura, o magistrado  Fábio Licata, o oficial da Colômbia Luís Ernesto García Hernández e o professor em mestrado e pesquisador Vicente Riccio.

“No contexto amazônico o crime organizado se espelha em duas vertentes, uma contra a administração pública e outra que é narcotráfico, vamos dar ênfase no narcotráfico porque aqui na Amazônia o problema é esse, então vamos colocar as projeções de produção de drogas que ingressam no território brasileiro e a evasão de divisas que isso acarreta, além da economia subterrânea movimentada por esses bandidos”, disse.

De acordo com Sposito, que já ocupou a Superintendência Regional do Amazonas, o narcotráfico é organizado e estruturado, que gera violência durante sua operação e corrupção por parte da administração pública. Segundo ele, o crime organizado é dividido por facções criminosas e considerada uma preocupação internacional. O delegado federal reiterou que a luta das organizações é para obter domínio territorial do ingresso da droga em uma certa localidade.

“O que o narcotráfico faz é um prejuízo imensurável. Nos últimos dez anos o número de viciados em drogas cresceu. Existe a vertente do narcotráfico e a vertente da administração pública. O nosso problema maior é o narcotráfico, ele é organizado, estruturado, se divide em facções que atuam dentro e fora dos presídios. Eles se organizam para ter o domínio territorial do ingresso da droga que vem dos países produtores para o território brasileiro”, finalizou.