Reportagem: Suzyanne dos Santos – Assessoria Adepol-AM

A Delegada da Semana é a Dra. Reika da Costa Pinto, que desde 2010 está na Polícia Civil do Amazonas, e desde lá vem potencializando o seu trabalho na Instituição com muita garra, força de vontade e dedicação diária. Durante entrevista à A Associação dos Delegados de Polícia do Estado do Amazonas (Adepol/AM), a Dra. Reika revelou o que mais marcou em sua carreira no “Muita História pra Contar”.

Em que ano você ingressou na Polícia Civil e você começou com qual cargo?

RC – Eu entrei em janeiro 2010 e comecei como investigadora.

Em quais delegacias você já foi lotada?

RC – Entrei em 2010 na Delegacia Especializada de Prevenção e Repressão a Entorpecentes (Depre), onde fiquei lotada por dois anos e alguns meses. Saindo de lá, fui direto para a Academia de Polícia e fiquei durante cinco meses. Em 2014 fui lotada na Delegacia Especializada da Mulher no município de Lábrea, onde permaneci por um ano e oito meses. Atualmente estou na 75ª Delegacia Interativa de Polícia (DIP), no município de Barcelos.

Qual a principal diferença em trabalhar no interior e capital?

RC – Nossa, total diferença. Na capital estamos próximos de tudo, das outras delegacias e da delegacia geral; a questão de efetivo, material e expediente é algo mais facilitado. E no interior, dependendo da região e distancia, temos dificuldade para transportar material, devido ao deslocamento fluvial ser demorado, onde às vezes levam até sete dias para chegar. Algumas localidades só podem ter acesso indo de avião, então são dificuldades que a distancia causa.

Qual a história mais interessante da sua carreira até aqui?

RC – Passei por várias histórias. Mas quando eu trabalhava em Lábrea, com muitas crianças, trabalhei com um sequestro de uma menor que foi raptada e levada supostamente para uma comunidade próxima. Todos os dias a mãe dela ia à delegacia pedir para que eu encontrasse a filha dela, dizia que só confiava em mim e sabia que eu ia conseguir recuperar a menina. Foram dias de trabalho da Força Tarefa Policial, mais e mais investigações em vários ramais durante dia e noite, dormindo na beira do rio. Foi muito cansativo e exigiu bastante esforço de todos da equipe. Contamos com a ajuda de dois policiais militares que conheciam bastante a redondeza.

E o que aconteceu depois? Vocês conseguiram concluir o caso e encontrar a menina?

RC – Então, trabalhamos durante dez dias, procurando em diversos locais até que encontramos a garota e conseguimos prender o elemento. A mãe se ajoelhou no chão, agradecendo, dizendo que acreditava no meu trabalho e que fui capaz de trazer a filha dela viva. Temos que ter postura quanto ao emocional, mas aquilo me emocionou bastante. Receber um abraço sincero depois de todo o trabalho duro que tivemos, e depois de concluir ajudando a população é algo que vou levar como experiência pra sempre.

Você sempre teve a vontade de ser delegada?

RC – É uma boa pergunta (risos). Delegada federal sim, mas não civil. Quando me formei em direito, eu estava me preparando para o concurso de delegado federal. Minha carreira começou como soldada da Polícia Militar e logo depois fui investigadora. Hoje estou como delegada de policia civil e muito satisfeita.