Com 11 anos de Polícia Civil a Delegada Lia Gazineu firmou seu nome na instituição através da empatia conquistada junto aos servidores com quem trabalhou. União, liderança e carisma fazem parte dos adjetivos comumente utilizados para descrever sua atuação à frente das equipes que dirigiu.
Com passagens por várias delegacias, ganhou notoriedade pelo trabalho realizado à frente da Delegacia da Mulher, que comandou até 2012.
Lia cresceu com o sangue policial em suas veias. Filha de uma policial civil, desde a infância ela acompanha o cotidiano da instituição.
Atualmente dirigindo o Departamento de Polícia Técnico Científica, Lia Gazineu está responsável pela reestruturação do Departamento.
Os detalhes deste novo trabalho e as impressões da Delegada sobre o cotidiano policial, você acompanha na entrevista exclusiva concedida ao site da Adepol-AM.
Adepol-AM – Primeiramente, o que é e como atua o Departamento de Perícia Técnico Científica
Lia Gazineu: O Departamento cuida especificamente das perícias técnicas que servem de elemento material para o delegado, e a equipe de investigação. Os servidores dos 30 Dip’s e das delegacias especializadas nos requisitam os serviços que podem ser realizados pelos três institutos que compõem o Departamento, que são os Institutos de Identificação, Instituto Médico Legal e o Instituto de Criminalística.
Adepol-AM – O Departamento tem ganho notoriedade junto à população nos últimos meses. A que a senhora atribui esta visibilidade?
LG: Vejo como uma sucessão de atos. Inicia pelo Governador Omar Aziz, que já foi Secretário de Segurança e vê com muita sensibilidade a questão de uma efetiva atuação do Estado na identificação dos autores de crime e na sua correta punição. Temos também a atuação da Secretaria de Segurança na elaboração de projetos, pois a perícia se faz com as pessoas presentes no local, e estas devem ser constantemente capacitadas, poi lidam com a ciência e esta é muito dinâmica. Por fim, a aquisição de materiais como lupas, microscópios, o cromatógrafo que chegou recentemente, o sistema AFIS que foi recém adquirido. Temos a nova visão da atual gestão da Polícia Civil, que foi trazida pelo nosso Delegado Geral e Adjunto, e sem querer jogar confetes sobre a própria cabeça, penso que a experiência de 11 anos de polícia que tenho, de ter trabalhado na ponta e estando hoje aqui, me ajuda a fazer esta comunicação entre os delegados e os peritos, explicando o que é ou não possível, agradecendo muito a receptividade que toda a categoria teve comigo, que não sou uma perita, à frente do DPTC. Todos estes atores do processo, desde o Governador em uma ponta, e nós aqui na outra, entendemos que somos uma unidade e caminhamos juntos na busca pelo melhor serviço possível.
Adepol-AM – Quais os principais avanços a senhora destaca desde que assumiu o DPTC?
LG: Primeiro, destaco que não viemos para fazer melhor, mas antes de tudo, viemos para fazer. Nossa visão hoje é unir. Um exemplo é este caso recente do triplo homicídio em Manaus, que serviu para mostrarmos que os institutos podem trabalhar juntos, atuando no mesmo caso, com o Instituto de Criminalística (IC) na coleta de provas e remessa ao laboratório de genética forense, vinculado ao IC, o Instituto de Identificação (II) confirmando as impressões digitais, para confirmação efetiva da autoria, o Instituto Médico Legal que realiza a necropsia e neste caso específico atuando inclusive em análise veterinária. Tudo isto faz deste, um caso pontual. Tivemos ainda a criação do Núcleo Permanente de Preservação de Local do Crime de Homicídio, a aquisição de materiais, como o cromatógrafo gasoso, pudemos capacitar nossos profissionais para usá-lo, temos o projeto de revitalização. Todos estes avanços foram alcançados e esperamos que em 2013 consigamos levar à frente os projetos idealizados pela direção da Polícia.
Adepol-AM – O que é o Cromatógrafo Gasoso?
LG: É um maquinário que serve para identificar a composição química de uma amostra, muito útil, por exemplo, na identificação de uma substância entorpecente.
Adepol-AM – Os institutos tem um plano de revitalização em andamento? Quais as melhorias que, em sua opinião, merecem maior destaque?
LG: É um trabalho que de alguns meses, realizado pelo Departamento de Planejamento, Departamento de Polícia Técnico Científica… O Dr. Fernandes, Dr. Sérgio Machado, atualmente no IML, a Drª Maryelen, que me antecedeu aqui no DPTC, é importante destacar. É um verdadeiro raio-x das necessidades do DPTC, pois sabemos que quando uma perícia é feita a contento ela vem a fechar com muito mais facilidade o trabalho repressivo da Polícia Judiciária. O DPTC foi extremamente agraciado com a atenção dos nossos gestores, Delegado Geral e Adjunto. Ambos viram a necessidade da Polícia Técnico Científica, como por exemplo na aquisição do AFIS e do CODIS.
O primeiro é um algoritmo que faz a identificação da impressão digital e com base em um banco de dados, ao toque de uma pessoa no leitor você tem a identificação pois todo o conteúdo fica digitalizado.
O CODIS serve para automação da nossa análise de DNA, agilizando o processo.
Adepol-AM – Que diferenças entre a PC de quando a senhora entrou para atualmente?
LG: Eu fui criada não por mão biológica, mas minha mãe de criação era policial e desde que me entendo por gente eu convivo com a realidade policial. Vejo passos gigantescos na mudança de visão sobre o policial. Antigamente policial era visto como uma pessoa bruta, que deu errado na área jurídica e ficou na polícia como falta de opção. Hoje a polícia está virando sinônimo de modernidade, com a entrada de novos policiais, novos delegados que hoje já assumem titularidades em delegacias, outros são plantonistas em delegacias com delegados mais antigos de dois, três concursos anteriores. O importante é ter o sentimento de modernização, representado pela atual gestão. Na minha opinião, a palavra que define melhor é “modernização”. Temos como exemplo a turma que se formou no primeiro Curso de Proteção de Autoridades, a compra de equipamentos e sistemas de informática, e a capacitação dos servidores para utilizar estas ferramentas. Penso que isto é algo para a sociedade, e que trará resultados efetivos em poucos anos.
Adepol-AM – Que legado a Copa deixa para os amazonenses?
LG: Parafraseando um delegado federal, vejo que o legado já está sendo iniciado, que é a união entre as forças. A polícia tem que trabalhar com os bombeiros para elucidar um possível incêndio criminoso, por exemplo. Por mais que as Polícia Militar e Civil tenham atribuições diferentes, ambas queremos a mesma coisa. O DETRAN pode ser parceiro, a Corregedoria é unificada, então temos uma união que já é sentida entre os órgãos, inclusive nos grandes eventos como Parintins e o Carnaval, além dos já citados AFIS e CODIS. O AFIS inclusive já prepara o Estado do Amazonas para a implantação do Registro de Identificação Civil (RIC, substituto do atual RG), que é uma diretriz do Governo Federal.
Adepol-AM – Como a senhora vê a atuação da Adepol-AM e quais as expectativas para 2013?
LG: Gosto muito da forma como o Delegado Mário Aufiero atua à frente da Associação. Percebo que a Adepol-AM trouxe vitórias perenes e concretas à categoria de Delegados, além de melhorar a imagem do Delegado de Polícia junto à sociedade. Hoje o Delegado é visto como alguém disposto a fazer a diferença de forma positiva. A Associação tem hoje pessoas jovens, não apenas de idade, mas muitos jovens de espírito e comportamento. Com tamanha atuação, penso que a Adepol-AM tem seu cantinho cativo junto à Adepol do Brasil.
			
					
									
	
	
	
	
	
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